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OPINIÃO. Acabou o sonho dos paraenses na Copa do Brasil 2023: há o que comemorar?

Por Rodolfo Marques

Terminou a trajetória das equipes paraenses na Copa do Brasil 2023. Pela primeira vez na história, três equipes do estado chegaram, juntas, à terceira fase da competição, que é muito lucrativa e uma das mais democráticas em sua essência. Todavia, o poder econômico das equipes do sul e do sudeste, assim como algumas equipes emergentes do nordeste vem tornando o avanço das equipes periféricas cada vez mais difícil.

Pablo Roberto (Remo), Mário Sérgio (Paysandu) e Luan Parede (Águia de Marabá)

Comecemos pelo Paysandu: o tricampeão (e sete vezes finalista) da Copa Verde, e que entrou diretamente na terceira fase do mata-mata nacional, deu um enorme “azar” no sorteio, ao enfrentar a equipe que tem tido o melhor desempenho quantitativo e qualitativo do futebol brasileiro – o Fluminense. O tricolor carioca, treinado por Fernando Diniz, vinha embalado pelo bicampeonato carioca – com direito a goleada de 4 a 1 sobre o Flamengo – e por um ótimo início na Copa Libertadores da América. Nos dois duelos entre a equipe carioca e o Papão, o Fluminense se impôs e não deu, praticamente, nenhuma chance para os paraenses.

Os placares de 3 a 0, tanto no Maracanã quanto no Mangueirão, representaram a diferença atual entre uma das principais equipes da Série A e um clube que amarga a sua quinta temporada consecutiva na Série C. Como pontos positivos, o Paysandu conseguiu um faturamento superior a três milhões de reais, considerando o jogo em casa e as cotas, além do reconhecimento da torcida fiel bicolor, que ofertou um belo espetáculo nas arquibancadas e cadeiras no jogo em Belém, cantando e apoiando o time.

Já o Águia de Marabá enfrentou um trabalho consistente do treinador argentino Juan Pablo Vojvoda e de tudo o que envolve o Fortaleza, maior força nordestina da atualidade e que vem encantando o país há, pelo menos quatro temporadas. Também com pouca “sorte” na definição dos confrontos, a equipe marabaense, que tem feito um bom início de temporada, acabou fazendo primeiro jogo no Castelão e foi “atropelado”, por 6 a 1, com direito à ótima atuação do paraense Yago Pikachu pela equipe cearense. É importante lembrar que o Águia conseguiu avançar duas fases na competição, após derrotar as equipes do Botafogo-PB e Goiás-GO – ambos os confrontos únicos ocorreram no estádio Zinho Oliveira.

No jogo da volta pela terceira fase, o Águia ainda tento criar algum nível de dificuldade, mas o Tricolor do Pici fez dois gols ainda no primeiro tempo e garantiu a vitória, confirmando a classificação de já estava encaminhada. O clube marabaense pode celebrar esse importante campanha na Copa do Brasil, assim como os seus acertos em relação ao planejamento do elenco para esta temporada.

No caso do Remo, as emoções, entre os azulinos, são muito conflitantes. Após vencer duas equipes muito frágeis do futebol brasileiro – o Vitória-ES, em terras capixabas, e o São Luiz-RS, em Belém –, o Remo foi sorteado para enfrentar o Corinthians-SP, com o primeiro jogo agendado para Belém. Nesse cenário, o Remo praticamente repetiu o cenário ocorrido em 2022: enfrentar um clube com muito história no futebol nacional (no ano passado, foi o Cruzeiro), mas com muitos desacertos dentro e fora de campo. Da mesma sorte, começar o confronto em casa deu à equipe azulina a chance de largar na frente. E foi isso que aconteceu. Em uma partida em que os corintianos atuaram de forma indolente e descompromissada, a torcida que lotou o Mangueirão viu o Remo atuar muito bem, com atuações destacadas de Pablo Roberto e Muriqui, e garantiu uma boa vantagem, por 2 a 0.

Na partida de volta, na Neoquímica Arena, em Itaquera/capital paulista, o Corinthians vivia uma grande pressão. Demitiu, nesse ínterim, o inexperiente treinador Fernando Lázaro e contratou Cuca. A chegada do ex-treinador do Atlético Mineiro ao clube paulista foi marcada por muitas críticas, principalmente por ter sido colocado em pauta o caso de um estupro coletivo ocorrido em Berna (Suíça), em 1987. Dentro de campo, apesar do início avassalador com gol de Adson, o Timão teve muita dificuldade de colocar sua maior qualidade e seu elenco melhor em evidência. Só foi fazer o gol decisivo nos acréscimos do segundo tempo, com o atacante Roger Guedes. Na disputa de tiros livres diretos da marca do pênalti, o Corinthians prevaleceu, em mais uma passagem histórica do goleiro Cássio. Para o Remo, eliminado novamente nos pênaltis, assim como ocorreu em 2022, na mesma competição, ficou a sensação de que poderia ter avançado, ganhado muito mais dinheiro e seguido na Copa do Brasil, derrubando uma equipe grande do futebol brasileiro. A sensação positiva de ter competido bem contra o Corinthians meio que “empatou” com a decepção de ter tido a vaga tão próxima.

Assim, neste espaço semanal que ora inauguramos no Portal Pariana, a ideia é que possamos trazer reflexões sobre o futebol paraense para além do factual, priorizando análises e abordagens que tratem da bola jogada, mas também do futebol como mercado e dos bastidores do esporte bretão.

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