Gabriela foi responsável pela condenação de Lula em uma das ações da operação, mas decisão foi anulada pelo STF, ela assumiu novamente os processos que tramitam na 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, após afastamento do titular do cargo, Eduardo Appio. Gabriela foi a responsável por condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2019.
Ela é vista como aliada do senador Sergio Moro, ex-juiz que atuou nos casos envolvendo a operação que investiga desvios na Petrobras. Eduardo Appio foi afastado pelo Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4), na noite de segunda-feira (22/5). Ela assumiria por conta de férias, mas com o afastamento, pode ficar por mais tempo.
Segundo o relatório da Polícia Federal, usado pelo TRF-4 para tomar a decisão, existem fortes indícios de que o magistrado tenha feito uma ligação para o filho do desembargador Marcelo Malucelli no mês passado.
Na ligação, a pessoa, que usa um número não identificado na chamada, fala em suposto crédito referente à declaração do imposto de renda do desembargador. No entanto, ao final da ligação, questiona o filho do magistrado se ele não havia feito nada de errado. No entanto o relatório da PF não é conclusivo para dizer que se trata da voz de Appio, mas declara que as chances de ser o juiz na ligação é de grau 3, em uma escala que vai até 4.
Appio não se manifestou publicamente sobre o caso. Após a saída de Moro ele assumiu os processos da Lava-Jato, que foi ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e agora ocupa cargo de Senador pelo Estado do Paraná. Para aliados, ele tem dito que a decisão que o afastou é absurda e que vai recorrer.
Desligamento
Gabriela Hardt é juíza substituta da vara. Ela tinha solicitado desligamento dos processos do caso mas, com o afastamento do titular.
De acordo com a decisão, os processos não poderiam tramitar no Paraná, pois não ficou provada a ligação de suposta propina a Lula com recursos desviados da Petrobras.
Com a sentença anulada, a ação do Sítio de Atibaia foi enviada à Justiça Federal de Brasília. Ao analisar o caso, a Justiça Federal do DF entendeu que não existiam provas sobre suposto crime praticado por Lula.