No Dia Mundial do Terapeuta Ocupacional, celebrado nesta sexta-feira (19), o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, destaca a importância da especialidade dentro da equipe multiprofissional que acolhe as quatro linhas de deficiência – visual, física, auditiva e intelectual, que são acompanhadas por dois pilares de reabilitação, sendo o Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) e o Centro Especializado em Reabilitação (CER IV).
A terapeuta ocupacional Nicolle Barros, que atua no Natea, evidencia a notoriedade da especialidade que é voltada aos estudos, prevenção e tratamento de indivíduos com alterações cognitivas, psicomotoras, sensoriais, afetivas e perceptivas.
“A principal base de desenvolvimento para o processo terapêutico é a atividade humana através de suas ocupações. Por isso, a Terapia Ocupacional (T.O) é importante e primordial em uma equipe multiprofissional, pois busca promover saúde, qualidade de vida e bem-estar de pessoas que possuem dificuldades ou problemas funcionais, sociais, sensoriais e motores, com o propósito de restabelecer as funções e ocupações diárias desses indivíduos”, afirma.
A profissional segue enfatizando que a especialidade dentro do Natea é dividida em três setores, tais como, a sala de Atividade de Vida Diária (AVD) onde os usuários (crianças e adolescentes) com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) treinam atividades de autocuidado: vestuário, preparo de alimentos e até higiene pessoal para a inserção na sociedade.
“Também possuímos uma sala de terapia ocupacional voltada para estimulação motora e cognitiva, principalmente, para aquelas habilidades de motricidade fina, como por exemplo, o uso de lápis à escrita. Por fim, a sala de Integração Sensorial (I.S) trabalha a regulação sensorial da criança de acordo com os estímulos que ela recebe do ambiente”, complementa Nicolle Barros.
Assim como no Natea, a T.O no CER IV também garante autonomia aos reabilitandos por intermédio de diversos planos terapêuticos, dentre eles, a Integração Sensorial (I.S).
“A Integração Sensorial é a capacidade do cérebro em processar e organizar as informações que recebem dos sentidos tátil, vestibular, propriocepção, audição, visual, gustativo e olfativo; e preparar uma resposta adequada ao estímulo recebido. Ainda, trabalha as disfunções sensoriais com enfoque na motivação e no interesse da criança. Para tanto, a equipe multiprofissional realiza observações clínicas não estruturadas e estruturadas que verificam a intervenção terapêutica de acordo com a demanda”, salienta Joelma Danin, terapeuta Ocupacional no CER IV.
Com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sendo acompanhada no CIIR desde 2018, a pequena Katarina Bezerra, de 8 anos, contabiliza ganhos de desenvolvimento, que segundo a mãe, Fernanda Bezerra, de 46 anos, destaca a socialização como uma das principais mudanças de comportamento da criança.
“No início, quando ela começou a estudar, não interagia com as pessoas, principalmente, com as crianças. Hoje, a Katarina interage com todos tornando-se uma pessoa completamente diferente do que era antes. Desfraldou-se ano passado e deu um trabalhinho, mas a gente conseguiu. Parece ser algo comum para as pessoas, mas com as terapias foi fundamental também este ganho. Aqui no CIIR, a vida dela mudou para melhor, com certeza”, lembra a genitora que afirma a melhora de sua filha já ter alcançado autonomia em 80%.
Acompanhando a Katarina na reabilitação no CER IV, a terapeuta Joelma Danin conta as ferramentas utilizadas durante a execução no “setting” terapêutico que potencializam a cada dia o quadro clínico da criança junto à equipe multiprofissional.
“Utiliza-se equipamentos diversificados, como balanço e barquinho, suspensos; a prancha para caminhar trabalhando o equilíbrio corporal; brinquedos lúdicos que auxiliam na motricidade fina. Além de bambolês postos no chão para que ela os pule e trabalhe a coordenação bilateral. É desta forma que a usuária vai evoluindo no acompanhamento junto à Terapia Ocupacional”.
Estrutura – Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro de Reabilitação por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
*Com informações Agência Pará.